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A divulgação da demissão coletiva dos funcionários da superintendência de políticas estudantis (SUPEREST), feita pelo próprio superintendente, Ericksson Rocha e Almendra, que também se demite, infelizmente é apenas um capítulo dessa verdadeira novela. Este já é o segundo superintendente dessa pasta a pedir demissão e, se não houver uma mudança radical na trato da Universidade para com a assistência estudantil – que passe inclusive pela substituição de Superintendência por uma pró-reitoria, com maior autonomia financeira e operacional – certamente não será também o último.

Não é de hoje que o movimento estudantil, principalmente o Movimento de Casas de Estudantes, alerta para eminência dessa crise e suas graves consequências para a vida de todos os estudantes, com impacto mais trágico naqueles que dependem diretamente da contrapartida da universidade para manterem-se em seus cursos e conseguirem concluir suas graduações.

Se por um lado a UFRJ caminha para ter, neste ano, metade das vagas de seu ingresso geral de discentes ocupadas por cotistas, uma conquista, por outro dá cada vez mais demonstrações de se alinhar de forma passiva à lógica perversa de não dar garantias da manutenção e permanência destes estudantes, o que, no fim das contas, só perpetua as desigualdades sociais, raciais e regionais já existentes nas Universidades públicas do Brasil.

É preciso uma mudança radical, é preciso radicalizar!

Vejam o comunicado do Prof. Ericksson Rocha e Almendra

Prezados Estudantes
Comunico-lhes que, a partir desta data, não mais ocupo a função de Superintendente Geral de Políticas Estudantis da UFRJ. Junto comigo, alguns outros ocupantes de cargos de confiança na SuperEst, também entregaram suas funções.
A razão essencial de nossa decisão foi o descompasso entre a importância que todos os que atuam na SuperEst dão à Assistência Estudantil e o papel secundário que nossa Universidade, pessoas, instâncias e colegiados, emprestam a ela. Esse descompasso, tendo chegado às raias do desrespeito ao nosso trabalho, tornou nossa permanência insustentável.
Essa situação de pouco apoio para a área da assistência estudantil, o desrespeito às normas institucionais e a opção por decisões casuísticas, contrariamente ao interesse do conjunto dos estudantes, vem ocorrendo há algum tempo, fato que já motivou, um ano atrás, a saída do então Superintendente Geral de Políticas Estudantis (Antônio José Barbosa Oliveira)  . Esses fatos são de conhecimento e responsabilidade tanto da Administração Central da UFRJ quanto dos Colegiados Superiores – CEG e CONSUNI.
Implementar uma política de permanência e de assistência estudantil é uma tarefa que exige empenho, seriedade, firmeza, coerência, transparência nas deliberações e no seu cumprimento e compromisso institucional com um projeto de Universidade cada vez mais diversa, plural, inclusiva e menos desigual.
A inexistência desses requisitos é clara nos entraves políticos e administrativos com os quais nos deparamos para a promoção das ações necessárias à continuidade daquilo que acreditamos ser o papel da Superest – a consolidação de uma ampla política de permanência para os estudantes – e se materializa nas precárias condições de trabalho a que são submetidos os nossos servidores. Tudo isso evidencia o grau de pouca importância que a UFRJ vem tendo com a questão da permanência dos estudantes.
Diante da impossibilidade de concordância com toda esta situação, solicitei meu desligamento da função de Superintendente Geral